Águas mortas que me confundem,
Nitidez que me atraiçoa,
Dizeis ser algo que não sois,
Remoeis as minhas certezas,
E claro é, pois
Imunes ficais
Abstraídos e imortais.
Águas frias que me fortalecem,
Limpidez que me apavora,
Mão-morta que, ocasionalmente, bate à minha porta.
Existência de inalcançável pináculo,
Impedindo-me de consultar o oráculo,
Deixando-me no limite,
A explodir quase como dinamite.
Bomba-relógio que não para,
Risco que me compromete,
Andamento prestissimo
Numa escala que me enlouquece.
Dizeis-me blasfémias ao ouvido,
Ainda tudo um pouco inadvertido;
O melhor é aquele que esquece.
Andreia Almeida Brandão, nº 4 - 807
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