Para celebrar a Semana da Poesia, propusemos aos alunos que fizessem uma recolha de poemas de Manuel António Pina ou mesmo que escrevessem poemas inéditos. Aqui fica um poema escrito pela Andreia Brandão em acróstico, a partir do seu nome e que revela uma grande mestria no uso das palavras e um apurado sentido poético.
Águas mortas que me confundem,
Águas mortas que me confundem,
Nitidez que me atraiçoa,
Dizeis ser algo que não sois,
Remoeis as minhas certezas,
E claro é, pois
Imunes ficais
Abstraídos e imortais.
Águas frias que me fortalecem,
Limpidez que me apavora,
Mão-morta que, ocasionalmente, bate à minha porta.
Existência de inalcançável pináculo,
Impedindo-me de consultar o oráculo,
Deixando-me no limite,
A explodir quase como dinamite.
Bomba-relógio que não para,
Risco que me compromete,
Andamento prestissimo
Numa escala que me enlouquece.
Dizeis-me blasfémias ao ouvido,
Ainda tudo um pouco inadvertido;
O melhor é aquele que esquece.
Andreia Almeida Brandão, nº 4 - 807
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